O cálculo biliar demanda atenção devido aos possíveis sintomas e complicações, sendo a colecistectomia uma das opções de tratamento mais comuns
A saúde do nosso corpo muitas vezes é complexa e alguns desafios podem surgir ao longo do caminho, exigindo compreensão e atenção. Um desses desafios comuns é a formação de pedra na vesícula, um fenômeno intrincado que afeta 10% dos adultos e 20% das pessoas acima de 65 anos.
Quero tratar a pedra na vesícula!
Essa pedra, cientificamente conhecida como cálculo biliar, é uma formação sólida que se desenvolve na vesícula biliar, causada quando há um desequilíbrio na composição da bile, que pode cristalizar e formar pequenas pedras dentro da vesícula. Elas podem variar de tamanho e podem causar diversos problemas de saúde, como dores, inflamações, infecções e obstruções.
Composição dos cálculos biliares
O cálculo biliar pode ser classificado em dois tipos principais, conforme a sua composição:
- Cálculos de colesterol: são os mais comuns, representando cerca de 80% dos casos. Eles são formados pelo excesso de colesterol na bile, que não consegue ser dissolvido pelos ácidos biliares. Eles têm uma cor amarelada e são mais frequentes em pessoas com obesidade, diabetes, colesterol alto e mulheres que usam anticoncepcionais orais.
- Cálculos de pigmento: são menos comuns, representando cerca de 20% dos casos. São formados pelo excesso de bilirrubina na bile, que é um pigmento resultante da degradação da hemoglobina, a proteína que transporta o oxigênio no sangue. Eles têm uma cor escura, marrom ou preta, e são mais frequentes em pessoas com doenças do sangue, como anemia hemolítica, cirrose hepática ou infecções.
Fatores de risco do cálculo biliar
Existem alguns fatores que podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver cálculo biliar.
Gênero e idade
Em geral, as mulheres têm mais risco de ter cálculo biliar do que os homens, principalmente devido aos hormônios femininos, como o estrogênio, que podem aumentar o colesterol na bile e diminuir a contração da vesícula. Além disso, a idade também é um fator de risco, pois o envelhecimento pode reduzir a eficiência do fígado e da vesícula, favorecendo o acúmulo de substâncias na bile.
Obesidade
O excesso de peso também pode alterar o metabolismo do colesterol e da bile, aumentando a concentração de colesterol e diminuindo a capacidade da vesícula de se esvaziar. Isso pode facilitar a formação de cálculos de colesterol — que são os mais comuns.
Dieta rica em gordura e pobre em fibras
Uma alimentação desequilibrada, com alto consumo de gorduras saturadas, gorduras trans, açúcares e carboidratos refinados, e baixo consumo de fibras, como frutas, verduras e cereais integrais, pode contribuir para o aumento do colesterol na bile e para a inflamação da vesícula.
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Perda de peso rápida
A perda de peso rápida, seja por dietas restritivas, cirurgias bariátricas ou outras causas, pode provocar uma mudança brusca na composição da bile, aumentando o colesterol e a bilirrubina, favorecendo a formação de cálculos. Por isso, é importante que a perda de peso seja gradual e acompanhada por um profissional de saúde.
Doenças do fígado
Algumas doenças que afetam o fígado, como a cirrose, a hepatite, a fibrose cística e a síndrome de Gilbert, podem alterar a produção e a qualidade da bile, aumentando a bilirrubina e o colesterol, e predispondo à formação de cálculo biliar.
Sintomas do cálculo biliar
Muitas pessoas que têm pedra na vesícula não apresentam nenhum sintoma, e só descobrem a condição por acaso, em exames de rotina ou por outras razões. Esses casos são chamados de cálculos biliares assintomáticos, e geralmente não precisam de tratamento, exceto caso haja alguma complicação.
No entanto, quando o cálculo biliar causa sintomas, eles podem ser muito intensos e desconfortáveis, e requerer atenção médica. Os sintomas mais comuns são:
- Dor na parte superior direita do abdômen;
- Náuseas e vômitos;
- Febre e calafrios;
- Icterícia, pode causar coloração amarelada da pele e dos olhos, coceira na pele, urina escura e fezes claras.
- Pancreatite.
Diagnóstico do cálculo biliar
O diagnóstico do cálculo biliar é feito por meio de uma avaliação clínica, que inclui o histórico do paciente, seus sintomas e exames físicos e laboratoriais. Além disso, o médico responsável pode solicitar alguns exames de imagem como: ultrassonografia abdominal, colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM) e colangiografia transparieto-hepática (CTPH). Esses exames permitem visualizar a vesícula biliar e as vias biliares e detectar a presença das pedras.
Tratamento do cálculo biliar
Em decorrência da condição ser assintomática, na maioria dos casos, o paciente dificilmente precisará realizar tratamento dos cálculos biliares. Sobretudo, pode ser considerada uma abordagem personalizada, uma vez que os sintomas e complicações surgirem.
Em casos mais graves, a opção preferencial recai sobre a colecistectomia, um procedimento cirúrgico que envolve a remoção da vesícula biliar. Essa intervenção pode ser realizada de duas maneiras: por videolaparoscopia, uma técnica menos invasiva, ou por meio de um corte abdominal mais tradicional.
Além disso, em outras situações, podem ser prescritos medicamentos com o objetivo de dissolver o cálculo biliar. Vale ressaltar que a escolha do tratamento adequado é guiada pela avaliação médica criteriosa, considerando as condições específicas do paciente.
Quais são as vantagens da cirurgia minimamente invasiva do cálculo biliar?
A cirurgia minimamente invasiva do cálculo biliar é uma técnica que usa pequenas incisões no abdômen para remover a vesícula biliar, ao estar inflamada ou com pedras. Tal cirurgia tem algumas vantagens em relação à cirurgia aberta tradicional, como:
- Menos dor e desconforto após a operação;
- Menor risco de infecção e sangramento;
- Menor tempo de internação;
- Recuperação mais rápida;
- Menor cicatriz e melhor aspecto estético.
Sobretudo, é importante a avaliação de um médico especializado, a fim de garantir as melhores opções de tratamento para o caso de pedra na vesícula.
Fontes: