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Cirurgia de pâncreas
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
6 min. de leitura

Remoção cirúrgica de parte ou da totalidade do pâncreas é indicada no tratamento de tumores e pancreatite aguda

O pâncreas é uma glândula localizada no abdômen, logo atrás do estômago. Nesse órgão, é produzida a insulina, hormônio que age no transporte do açúcar pelas células do sangue. Além disso, o pâncreas também atua na absorção de diversas enzimas digestivas.

Assim como qualquer outro órgão, o pâncreas pode sofrer com algumas doenças, como inflamações e tumores. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma cirurgia de pâncreas como parte do tratamento dessas condições. No procedimento, que também é chamado de pancreatectomia, são removidas parte ou a totalidade da glândula.

Entenda, no conteúdo a seguir, quais são os principais tipos e as finalidades da cirurgia de pâncreas.

Quero saber sobre essa cirurgia!

Quando é necessário operar o pâncreas?

Uma cirurgia de pâncreas é recomendada principalmente no tratamento de tumores que atingem as suas células. Os tumores benignos se manifestam principalmente como cistos ou cistadenomas e neoplasias benignas, tal qual a neoplasia cística serosa e a neoplasia cística mucinosa.

No entanto, nem todos os pacientes com tumores benignos recebem a indicação de cirurgia de pâncreas. O procedimento é realizado nos casos em que há sintomas graves, risco de evolução do problema para tumores malignos ou lesão com um volume acentuado.

Outra indicação da pancreatectomia é no tratamento dos tumores malignos (câncer de pâncreas), sendo o mais comum do tipo adenocarcinoma. Como a maioria dos casos de câncer de pâncreas são detectados em estágios mais avançados, quando já apresentam sintomas, é comum que a cirurgia seja a opção de tratamento mais adequada.

Ainda existem os casos em que a cirurgia de pâncreas pode ser indicada no tratamento da pancreatite crônica; por exemplo, quando o processo inflamatório já destruiu boa parte do órgão e causa sintomas como intensa dor abdominal.

A cirurgia pode curar o câncer de pâncreas?

A cirurgia de pâncreas é a possibilidade de tratamento contra o câncer com melhores chances de cura (25% de sobrevivência em cinco anos), uma vez que o tumor é removido junto com as partes adjacentes do órgão, diminuindo as possibilidades de multiplicação de células cancerígenas remanescentes.

No entanto, nem toda cirurgia de pâncreas pode ser capaz de curar o câncer. Nos casos em que o diagnóstico é muito tardio, as chances de sobrevivência em até cinco anos caem para menos de 6%. É importante, no processo de tratamento, avaliar a necessidade de outros procedimentos quando, por exemplo, a doença já se espalhou para outros órgãos.

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Como a cirurgia de pâncreas é realizada?

A cirurgia de pâncreas é realizada em ambiente hospitalar com o paciente sob anestesia geral. O procedimento tem o intuito de remover partes ou a totalidade do órgão, como já explicado anteriormente.

A grande maioria dos tipos de pancreatectomia é, atualmente, realizada por métodos minimamente invasivos, em que a ressecção do órgão é feita através de pequenas incisões. Esses métodos são mais seguros e possibilitam uma recuperação mais rápida.

Como veremos adiante, a cirurgia de pâncreas pode variar em técnicas de acordo com as partes do órgão a serem removidas e com a indicação do procedimento. Isso faz com que o tempo de cirurgia possa variar entre 4 e 6 horas, em média.

Tipos de cirurgia de pâncreas

Os tipos de cirurgia de pâncreas variam de acordo com a parte do órgão a ser removida, como já mencionado. São estes:

Duodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple)

Esse tipo de cirurgia de pâncreas é realizado no tratamento de tumores benignos e malignos localizados na cabeça do órgão. Nessa cirurgia, são removidos, além dessa parte do pâncreas, o duodeno e as estruturas próximas, como canais biliares e linfonodos.

Por compreender a remoção da parte inicial do intestino (o duodeno) e a conexão dos ductos biliares do pâncreas diretamente ao intestino delgado, a duodenopancreatectomia é considerada um procedimento de alta complexidade.

Pancreatectomia distal

Esse tipo de cirurgia de pâncreas consiste na remoção da cauda do órgão, quando as lesões se encontram nessa região. Se houver necessidade, em alguns casos pode ser realizada também a remoção do baço. A maioria das pancreatectomias distais é realizada em pacientes cujo tumor foi descoberto precocemente.

Pancreatectomia central

A pancreatectomia central é um procedimento realizado de forma semelhante à cirurgia de pâncreas distal. No entanto, são removidas as partes do órgão localizadas entre a cabeça e a cauda.

Pancreatectomia total

Quando nenhum dos outros métodos de cirurgia de pâncreas são suficientes para o tratamento, pode ser indicada a remoção completa do órgão. Na pancreatectomia total, são removidas, ainda, além do duodeno, partes do estômago, do baço e da vesícula biliar.

Por conta da remoção de todo o pâncreas, esse tipo de cirurgia é considerado de alta complexidade e só é indicado em casos muito específicos, quando não há qualquer possibilidade de melhora com procedimentos mais simples.

Como é o pós-operatório?

O pós-operatório de uma cirurgia de pâncreas depende do tipo de procedimento realizado. Nos procedimentos realizados por via laparoscópica ou robótica — considerados minimamente invasivos —, a recuperação é mais tranquila, com menos de 7 dias de internação hospitalar.

No entanto, os pacientes que realizaram a duodenopancreatectomia e a pancreatectomia total devem ficar pelo menos 10 dias internados, devido à alta complexidade das cirurgias. A alta ocorre quando, após esse período, não são identificadas complicações.

O retorno às atividades cotidianas varia de acordo com a resposta do paciente à cirurgia de pâncreas, com o procedimento realizado e com a complexidade do tratamento de forma geral. Nesse período, é importante fazer caminhadas e pequenas atividades sem esforço físico — que só é liberado entre um e dois meses após o procedimento.

Além disso, é importante lembrar que essa cirurgia compromete o funcionamento do órgão. Por isso, durante a recuperação, é importante se atentar a certos hábitos, como:

  • Mudar a rotina alimentar, tendo mais refeições por dia com menos quantidade de alimento em cada uma, por causa da saciedade aumentada;
  • Realizar reposição de vitaminas e enzimas pancreáticas, caso haja necessidade;
  • Monitorar a glicemia;
  • Diminuir o consumo de alimentos gordurosos;
  • Usar insulina regularmente, principalmente entre os pacientes que fizeram a pancreatectomia total.

Outra consequência da diminuição da função pancreática após a cirurgia é o desenvolvimento de diabetes. Por isso, é importante que todo paciente que tenha realizado cirurgia de pâncreas faça, também, o acompanhamento com um médico endocrinologista.

Há riscos na cirurgia de pâncreas?

Assim como todo procedimento invasivo, a cirurgia de pâncreas tem alguns riscos que devem ser observados. São estes:

  • Sangramentos;
  • Infecções pós-cirúrgicas;
  • Alterações no sistema digestivo;
  • Vazamento de suco pancreático;
  • Hérnias incisionais;
  • Desenvolvimento de diabetes.

Apesar dos riscos, vale lembrar que esses podem ser minimizados se todo o acompanhamento pré e pós-operatório for realizado da forma correta e com um cirurgião do aparelho digestivo.

Para saber mais sobre essa cirurgia e outros procedimentos do aparelho digestivo, entre em contato com o Dr. Wilson Martinuzzo e agende uma consulta.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica

Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Sociedade Brasileira de Patologia