Saiba quais alimentos são permitidos e quais são proibidos durante uma crise de diverticulite aguda
Muitas vezes, as doenças do sistema digestivo estão ligadas à alimentação. Em outros casos, adaptar o consumo de alimentos é imprescindível para a melhora durante o tratamento dessas condições. Esse é o caso, por exemplo, da diverticulite aguda.
Sendo assim, neste conteúdo, vamos entender um pouco mais sobre a dieta para diverticulite aguda e sua importância. Acompanhe.
O que é diverticulite aguda?
A diverticulite aguda é uma condição que ocorre quando os divertículos do intestino grosso inflamam. A principal causa da inflamação é a contaminação dos divertículos com bactérias, o que, na maioria das vezes, ocorre por causa do acúmulo de fezes.
Os divertículos, por sua vez, são pequenas bolsas ou saculações que se podem se formar na parede do intestino por várias causas, tais como predisposição genética, perda de elasticidade por causa do envelhecimento e alimentação pobre em fibras, que gera fezes mais secas que irritam a parede do intestino.
A diverticulite aguda pode se manifestar de forma não complicada, com sintomas como constipação ou diarreia, distensão, dores abdominais e formação de gases; ou complicada, quando há a formação de abscessos, fístulas e perfurações no intestino.
Nos casos não complicados, o tratamento se restringe ao uso de antibióticos e ao manejo dos sintomas associados a uma dieta para diverticulite aguda. Nos casos complicados, o tratamento deve ser feito com internação hospitalar e, muitas vezes, pode-se necessitar cirurgia para corrigir as complicações e realizar a ressecção das áreas afetadas pela inflamação.
Qual a importância da dieta para quem tem diverticulite?
Como já mencionado, uma boa dieta para diverticulite aguda é fundamental para que as crises sejam resolvidas. Isso porque a alimentação, nesse período, deve ser favorável a um bom trânsito intestinal para que os riscos de agravamento da diverticulite sejam menores e os medicamentos possam atuar na melhora do quadro inflamatório e infeccioso.
Nesse sentido, a adequação da alimentação em uma dieta para diverticulite aguda deve ser feita de acordo com as fases em que a doença se encontra, mudando à medida que o tratamento avança e a crise diminui.
Fases da dieta durante a crise aguda
Considerando a importância de se adaptar a dieta para diverticulite aguda de acordo com a evolução do tratamento, é fundamental estabelecer fases distintas, em que os alimentos precisam ser consumidos de maneiras diferentes. Vamos conhecê-las a seguir:
Dieta líquida clara
Na primeira fase da dieta para diverticulite aguda, que tende a durar pelo menos uma semana, a alimentação deve ser líquida e clara, sem resíduos e com baixo teor de fibras. Assim, o trânsito intestinal fica mais livre e se evita que as fezes possam se acumular no interior dos divertículos.
Dieta de transição
À medida que o tratamento avança, a dieta para diverticulite aguda pode inserir, aos poucos, alimentos mais pastosos. Aqui, o teor de fibras pode ser um pouco maior, desde que ainda seja bem controlado. Essa fase pode durar até 3 semanas.
Retorno à dieta normal
O retorno à dieta normal deve ser feito apenas quando os sintomas da crise de diverticulite sumirem por completo. Ainda assim, é importante ter atenção a uma alimentação que foque a prevenção de novas crises de diverticulite aguda.
Alimentos recomendados e quais devem ser evitados
Na primeira fase da dieta para diverticulite aguda, os alimentos que podem ser consumidos — sempre na forma líquida — são:
- Legumes e frutas sem casca e sementes, cozidos e batidos;
- Sucos de fruta sem casca;
- Carnes magras batidas;
- Sopas e caldos sem resíduos, condimentos e pedaços.
Na introdução aos alimentos pastosos e leves, podem ser consumidos:
- Legumes cozidos sem casca;
- Purês;
- Sopas e caldos;
- Carnes magras cozidas e grelhadas;
- Iogurte natural;
- Sucos de frutas.
Entre os alimentos que precisam ser evitados durante as duas primeiras fases da dieta para diverticulite aguda, podemos mencionar:
- Alimentos ricos em gordura;
- Alimentos ricos em fibra (principalmente na fase da dieta líquida);
- Açúcar;
- Bebidas gasosas e alimentos que provoquem gases;
- Cafeína;
- Alimentos ultraprocessados.
No retorno à dieta normal, é importante incluir as fibras na alimentação e continuar evitando alimentos nocivos, como bebidas gasosas, açúcares e processados. Vale lembrar, também, que a hidratação é fundamental em todas as fases da dieta para diverticulite aguda e após o tratamento, com o consumo de água de pelo menos 2 litros diários.
Cuidados auxiliares para quem tem diverticulite
Quem tem crises de diverticulite aguda deve se atentar à dieta tanto durante as crises quanto em períodos de remissão. Nas crises, é importante que o tratamento seja realizado levando em consideração os sintomas e o uso de medicamentos antibióticos.
Além disso, é importante que a dieta fora das crises siga um equilíbrio nutricional e da frequência das refeições. É importante buscar, nesse sentido, um funcionamento intestinal que seja regular e adequado.
Procurar um médico especialista para consultas regulares também é importante. Assim, é possível manejar crises de forma mais rápida e eficaz, seja para orientação acerca da dieta para diverticulite aguda, de medicamentos ou de tratamentos mais específicos, como a cirurgia de diverticulite.
Para saber mais sobre a diverticulite e seus tratamentos, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Wilson Martinuzzo.
Fontes:
Dr. Wilson Martinuzzo
Manual MSD
Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)