O colangiocarcinoma é um tipo raro de câncer que afeta as vias biliares e pode causar icterícia, perda de peso e dor abdominal
O colangiocarcinoma nada mais é do que um tumor maligno que se origina nos ductos biliares e que muitas vezes representa um desafio significativo no campo da oncologia devido à sua natureza agressiva e à escassez de opções terapêuticas eficazes.
Quero saber mais sobre esse tumor!
Este câncer, embora relativamente raro, tem despertado uma preocupação devido ao aumento da sua incidência e à complexidade associada ao diagnóstico e tratamento. Sendo assim, é fundamental compreender os fatores de risco envolvidos no desenvolvimento do colangiocarcinoma, examinando tanto os elementos genéticos quanto os ambientais que contribuem para o surgimento da doença.
O que é colangiocarcinoma?
O colangiocarcinoma é um tumor maligno que se origina nas células que revestem os canais biliares. Essas células são chamadas de colangiócitos e produzem um muco que protege os canais biliares da bile. Ele pode ser classificado em dois tipos principais, conforme a sua localização:
- Colangiocarcinoma intra-hepático: se forma dentro do fígado, nos pequenos canais biliares que drenam a bile dos hepatócitos (células do fígado). Esse tipo representa cerca de 10% a 20% dos casos de colangiocarcinoma.
- Colangiocarcinoma extra-hepático: se forma fora do fígado, nos canais biliares maiores que levam a bile até o intestino. Esse tipo pode ser subdividido em peri-hilares (na bifurcação dos canais biliares, também chamados de tumores de Klatskin) e distais (na porção final dos canais biliares, próxima ao duodeno). Esse tipo representa cerca de 80% a 90% dos casos de colangiocarcinoma.
Fatores de risco do colangiocarcinoma
Existem alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver o colangiocarcinoma, os quais estão relacionados a condições que causam inflamação, infecção ou obstrução crônica dos canais biliares.
Infecções crônicas das vias biliares
Algumas infecções causadas por bactérias, vírus ou parasitas podem afetar os canais biliares e provocar inflamação e cicatrização. Exemplos dessas infecções são: colangite esclerosante, infecção por clonorchis sinensis ou opisthorchis viverrini (parasitas que vivem nos canais biliares e podem causar colangite e abscessos) e hepatite B ou C.
Doença hepática crônica
Doenças como hepatite alcoólica, esteato-hepatite não alcoólica, hemocromatose, que afetam o funcionamento do fígado, podem aumentar o risco de colangiocarcinoma, especialmente se houver cirrose.
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Cirrose biliar primária
Essa doença autoimune causa destruição progressiva dos pequenos canais biliares dentro do fígado, levando à fibrose e cirrose. A cirrose biliar afeta principalmente mulheres de meia-idade e pode aumentar o risco de colangiocarcinoma intra-hepático.
Cistos nos ductos biliares
Os cistos são dilatações anormais dos canais biliares que podem ser congênitas ou adquiridas. Eles podem causar obstrução, infecção e inflamação dos canais biliares, aumentando o risco de colangiocarcinoma.
Exposição a substâncias tóxicas
Embora não haja confirmação definitiva, alguns estudos indicam um possível aumento na incidência desse câncer em indivíduos que desempenharam atividades laborais em setores específicos, como: indústrias químicas, borracha, automóvel e madeira.
Sintomas do colangiocarcinoma
O colangiocarcinoma é um câncer de crescimento lento e silencioso, que geralmente não causa sintomas nas fases iniciais. Quando os sintomas aparecem, eles podem ser inespecíficos e confundidos com os de outras doenças, sendo os mais comuns a icterícia, dor abdominal, coceira, febre, cansaço e perda de peso.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico do câncer é realizado geralmente quando o paciente apresenta pele e olhos amarelados, e então, iniciam-se os exames clínicos, laboratoriais e de imagem, que visam confirmar a presença do tumor e determinar a sua extensão e grau de invasão. Alguns dos exames usados no diagnóstico do colangiocarcinoma são:
- Exames de sangue;
- Ultrassonografia;
- Tomografia computadorizada;
- Ressonância magnética.
Tratamento do colangiocarcinoma
O tratamento do colangiocarcinoma envolve principalmente a cirurgia, que é considerada a abordagem mais eficaz, podendo ser realizada de forma convencional (aberta) ou minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica). Sobretudo, divide-se em ressecção, que envolve a remoção parcial do fígado ou dos canais biliares, preservando tecido normal sempre que possível.
Além disso, dependendo do grau do tumor, é necessária a realização da radioterapia e quimioterapia. Sendo assim, a radioterapia utiliza radiação para destruir células tumorais e a quimioterapia emprega medicamentos que impedem a multiplicação celular.
Qual profissional realiza o tratamento cirúrgico do colangiocarcinoma?
O tratamento cirúrgico do colangiocarcinoma deve ser realizado por um médico especialista em cirurgia geral, com conhecimento e experiência nas técnicas de ressecção e derivação dos canais biliares e do fígado. Além disso, o cirurgião geral deve contar com uma equipe ampla para garantir um atendimento integral e multidisciplinar ao paciente.
Fontes: