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Hérnia inguinal
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
4 min. de leitura

Bebês, adultos e idosos podem desenvolver este tipo de hérnia, que corresponde a 75% dos casos de hérnias abdominais

As hérnias inguinais correspondem a 75% de todas as hérnias abdominais e costumam causar dor quando a pessoa tosse, dobra o tronco para a frente ou levanta objetos pesados.

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O que é hérnia inguinal e quais os tipos?

A hérnia inguinal ocorre quando há um escape de parte do intestino ou outro órgão abdominal através de uma abertura na parede do abdômen na região da virilha, podendo, em alguns casos, deslocar-se para dentro do escroto – no caso dos homens – quando atinge proporções maiores. Nesse caso, ela é chamada de hérnia inguino-escrotal.

Trata-se de uma condição mais prevalente entre os homens. A hérnia inguinal pode ser classificada em hérnia inguinal direta e indireta, dependendo do local em que ela aparece.

  • Hérnia inguinal direta: é mais comum nos adultos e idosos e surge, geralmente, depois que a pessoa faz um esforço que leva a um aumento da pressão no abdômen, como pegar objetos pesados. Além disso, seu aparecimento pode ter relação com outros fatores, como tabagismo, tosse crônica, dificuldade para urinar e constipação intestinal;
  • Hérnia inguinal indireta: é mais comum nos bebês e crianças. Esse tipo de hérnia tem relação com um problema congênito que é a persistência do conduto peritônio-vaginal que nada mais é do que o não fechamento adequado do trajeto que o testículo faz na gestação para chegar à bolsa escrotal;
  • Hérnia Femoral: é mais comum em mulheres, em que ocorre o alargamento do orifício por onde passam os vasos femorais, da virilha para a coxa, podendo ocorrer a passagem de algum órgão por esse orifício;

Os sintomas mais comuns da hérnia inguinal são:

  • Protuberância ou inchaço na região da virilha;
  • Dor ou desconforto na virilha ao levantar-se, curvar-se ou levantar peso;
  • Sensação de peso na virilha;
  • Dor que irradia para os testículos, no caso dos homens.

O diagnóstico, quase sempre, é feito apenas com o exame físico. Durante a avaliação, o médico pode pedir para que o paciente tussa ou faça um esforço na região abdominal. Assim, ele consegue identificar se a hérnia fica mais saliente. Porém, quando o diagnóstico não é conclusivo, pode-se solicitar um exame de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, para maior precisão.

Como é o tratamento de hérnia inguinal?

As hérnias inguinais costumam surgir como pequenos abaulamentos, contudo, o tamanho da protuberância pode aumentar conforme a doença evolui sem tratamento.

A cirurgia é o único tratamento que pode resolver definitivamente a hérnia inguinal, sendo indicada, principalmente, quando há presença de sintomas.

A cirurgia pode ser feita de três maneiras:

  • Cirurgia clássica, aberta: é feita através de uma incisão na região da virilha;
  • Videolaparoscopia: são feitos três pequenos cortes, que variam de 5 mm a 10 mm, próximos ao umbigo, pelos quais o cirurgião insere uma microcâmera e as pinças que o auxiliarão durante o procedimento, que é transmitido, em tempo real, para um monitor;
  • Cirurgia robótica: considerada uma evolução da cirurgia videolaparoscópica, a cirurgia robótica é realizada com o auxílio de um robô comandado pelo cirurgião, que transmite imagens 3D. Nessa modalidade, os braços e punhos são articulados, simulando os movimentos do punho, e as pinças são mais delicadas, o que proporciona um menor trauma cirúrgico.

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Quanto mais minimamente invasiva é a cirurgia, mais rápida será a recuperação do paciente. Além disso, há menos risco de complicações e de sangramentos, o tempo de internação é menor, há menos dor no pós-operatório — e consequente menor necessidade de medicamentos — e o paciente pode retomar suas atividades mais rapidamente.

O objetivo da cirurgia, seja ela realizada por qualquer uma das três técnicas, é recolocar o órgão herniado de volta ao seu lugar. Feito isso, o cirurgião sutura a abertura. Pode ser necessária, quando há um grau elevado de fraqueza da parede muscular, a colocação de uma tela sintética, que ajuda a reforçar a musculatura da área e evitar a formação de uma nova hérnia.

Como é o pós-operatório da cirurgia de hérnia inguinal?

Depois da alta, é importante ter alguns cuidados, especialmente durante as primeiras duas semanas, como:

  • Evitar carregar peso;
  • Não dirigir nos primeiros cinco dias;
  • Manter a região operada limpa e seca;
  • Fazer uso das medicações recomendadas pelo médico, como anti-inflamatórios e analgésicos;
  • Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras e de líquidos, para evitar a prisão de ventre e o esforço para defecar;
  • Evitar fazer esforço físico e permanecer muito tempo sentado durante o primeiro mês;
  • A retomada de atividades físicas mais intensas só deve ocorrer após 30 dias e depois de liberação médica;
  • Nos homens, manter a bolsa escrotal elevada por 15 dias.

Depois de cinco dias de repouso, o paciente pode retomar a maioria das suas atividades, evitando apenas alguns esforços e seguindo a orientação do seu médico.

Podem surgir, logo após a cirurgia, dor e hematomas na região operada, mas se o paciente seguir as recomendações médicas, em poucos dias ele estará recuperado.

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Fontes:

Manual MSD

Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal