Comunicação entre intestino e outras partes do corpo pode causar uma série de complicações
Por ser um órgão com atividade intensa, várias condições podem alterar a normalidade dos tecidos que formam a parede do intestino. Formação de feridas, bolsas, tumores, pólipos e fístulas são exemplos de situações que, se não tratadas adequadamente, podem se complicar de forma muito grave.
Neste conteúdo, vamos conhecer um pouco mais sobre a fístula intestinal, seus sintomas, riscos e tratamentos.
O que é fístula intestinal?
Quando duas estruturas se comunicam de forma anormal, isto é, em uma parte do corpo onde não deveria haver uma comunicação, chamamos essa condição de fístula. As fístulas podem causar uma série de sintomas e complicações, uma vez que possibilitam o extravasamento de conteúdos de um órgão que, muitas vezes, são nocivos a outras áreas do corpo.
Se essa comunicação ocorrer entre a parede do intestino e outra parte do corpo, a chamamos de fístula intestinal. As fístulas intestinais podem ocorrer em comunicação com a pele, com outros órgãos (mais comumente estômago, bexiga e vagina), com a cavidade abdominal ou entre partes distintas do próprio intestino.
Quais são as causas de fístula intestinal?
A maioria dos casos de fístula intestinal surge como complicação de uma cirurgia prévia no aparelho digestivo. No entanto, algumas doenças, como a doença de Crohn, a diverticulite, a presença de úlceras no intestino e tumores também podem levar à formação desse tipo de comunicação. Fístulas vaginais e com a bexiga podem também ser causadas pelo parto normal.
Quais os sintomas de fístula intestinal?
Os sintomas mais comuns de toda fístula intestinal são:
- Dor;
- Febre;
- Prurido no local;
- Mal-estar constante;
- Inchaço e vermelhidão;
- Vômitos;
- Aumento da frequência cardíaca.
Outros sintomas podem variar de acordo com a localização da fístula. Por exemplo, quando a principal característica da fístula intestinal é sua comunicação com a vagina podem ocorrer odores desagradáveis e desconforto geral na região, além da saída de secreção e fezes. No caso de fístulas em contato com a pele, pode ser notada, também, a secreção característica do extravasamento de conteúdo intestinal.
Quais os riscos de fístula intestinal?
Por comunicar conteúdo do interior do intestino com outras partes do corpo, fístulas intestinais podem ser potencialmente perigosas.
Quando a fístula intestinal é perigosa?
Uma fístula intestinal é sempre perigosa. Isso porque a presença de conteúdo intestinal, rico em bactérias importantes para o processo digestivo, mas nocivas a outras partes do corpo, pode levar a complicações, como:
- Infecções, que podem se generalizar e levar à sepse;
- Desequilíbrios eletrolíticos;
- Formação de abcessos;
- Desnutrição;
Fístula intestinal pode virar câncer?
Uma das possíveis complicações de fístula intestinal, principalmente alguns tipos específicos (como a perianal), é a formação de câncer. Isso ocorre, na maioria dos casos, por causa do longo período sem tratamento adequado, associado a outros fatores de risco, como o sedentarismo, o tabagismo e a alimentação inadequada.
Como diagnosticar fístulas intestinais?
O diagnóstico de uma fístula intestinal deve ser feito a partir da suspeita levantada pelo médico na análise do caso do paciente e exame físico. Os exames de imagem que devem ser feitos para confirmar o diagnóstico são a tomografia computadorizada, o raio-x e a fistulografia.
Quem tem fístula precisa de cirurgia?
Depende. A cirurgia pode ser necessária para fechar fístulas mais graves que não melhoram com um tratamento inicial, que pode incluir o uso de medicamentos para amenizar os sintomas e uma dieta líquida para facilitar o processo de cicatrização.
Nesses casos, o procedimento cirúrgico mais indicado é a cirurgia que remove a parte do órgão afetada pela fístula intestinal. A cirurgia também pode ser indicada nos casos de complicações graves.
O Dr. Wilson Martinuzzo é cirurgião especializado no tratamento de condições do sistema digestivo, tais como a fístula intestinal. Com mais de 30 anos de experiência, é um dos pioneiros em procedimentos minimamente invasivos no Brasil. Para saber mais sobre os tratamentos possíveis, entre em contato e agende uma consulta.
Fontes:
Manual MSD
Health Sciences Journal
Einstein
Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões