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Hepatocarcinoma: fatores de risco e tratamentos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
08/05/2024
5 min. de leitura

Câncer ocorre nas células do fígado e pode ser desencadeado a partir de doenças como a cirrose, as hepatites e a obesidade

As doenças hepáticas são as que atingem o fígado e outras estruturas adjacentes a este órgão, as quais podem ocorrer por diversos fatores, como infecção por microrganismos ou parasitas, inflamações de diversas origens, obstruções e tumores, que podem ser benignos ou malignos.

O tipo mais comum de câncer das células do fígado é o hepatocarcinoma, que também está entre os tipos de cânceres mais diagnosticados em todo o mundo. Saiba mais sobre essa condição a seguir.

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O que é o hepatocarcinoma?

O hepatocarcinoma, também chamado de carcinoma hepatocelular, é um tipo de câncer primário que atinge os hepatócitos, que são o principal tipo de célula que forma o fígado. Estima-se que pelo menos 80% dos tumores de fígado sejam desse tipo.

A principal característica do hepatocarcinoma é a formação de uma ou mais estruturas tumorais no fígado a partir da multiplicação desordenada das células, causadas por mutações genéticas que podem ser influenciadas por fatores externos, doenças hepáticas ou mesmo causas não estabelecidas.

O hepatocarcinoma está entre os dez tipos de câncer mais diagnosticados em todo o mundo, com cerca de 500 mil novos casos por ano. Tem-se notado um aumento na incidência da doença nos últimos anos, independentemente de fatores de risco.

Fatores de risco do hepatocarcinoma

O hepatocarcinoma pode surgir em indivíduos sem qualquer histórico de doenças hepáticas ou outros fatores de risco, ainda que o risco seja aumentado em casos como:

Hepatite viral crônica

Pacientes com hepatites virais crônicas dos tipos B e C são mais propensos ao desenvolvimento de hepatocarcinoma. Isso porque essas doenças causam, constantemente, processos inflamatórios e outras alterações no fígado que podem levar às mutações genéticas que desencadeiam a formação do tumor.

Atente-se aos fatores de risco do hepatocarcinoma. Entre em contato!

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Cirrose hepática

A cirrose hepática é um dos principais fatores de risco do hepatocarcinoma, e estima-se que até metade dos pacientes com o tumor também a tenha. Isso ocorre porque as cicatrizes e alterações nas estruturas do fígado causadas pela cirrose podem estimular o desenvolvimento de tumores.

Consumo excessivo de álcool

O consumo excessivo de álcool é extremamente prejudicial à saúde do fígado, que pode se lesionar no processo de metabolização dessa substância. A cicatrização dessas lesões pode evoluir para a cirrose hepática, que, como vimos, é uma das principais causas do carcinoma hepatocelular.

Obesidade

Um dos fatores que levam às mutações genéticas características do crescimento do hepatocarcinoma é o acúmulo de gordura no fígado, que ocorre muito comumente em pessoas com excesso de peso e obesidade.

Diabetes

As alterações metabólicas da diabetes impactam o fígado, podendo levar ao desenvolvimento do hepatocarcinoma. O risco é ainda maior quando essa condição é associada a outras doenças, como as hepatites e a cirrose hepática.

Este tumor apresenta sintomas?

É comum que não haja sintomas nos estágios iniciais do hepatocarcinoma. À medida que a doença avança, no entanto, é possível que o paciente relate sintomas semelhantes aos de outras doenças do fígado, tais como:

  • Icterícia (pele, olhos e mucosas amareladas);
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Perda de apetite;
  • Alterações digestivas (náuseas, vômitos e alterações intestinais);
  • Dor e desconforto abdominal;
  • Urina escura e fezes esbranquiçadas.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico do hepatocarcinoma é feito, muitas vezes, em exames de rotina, uma vez que a doença não apresenta sintomas nos estágios iniciais ou os sintomas relatados levantam a suspeita de outras doenças hepáticas por parte do médico que avalia o paciente.

De modo geral, no consultório, é feita uma análise da história clínica do paciente e exames físicos que confirmam a suspeita de alguma doença hepática. A confirmação se dá por meio de testes como exames de sangue, endoscopia digestiva, ecografia, tomografias ou ressonâncias.

Tratamento cirúrgico do hepatocarcinoma

O tratamento mais indicado para o hepatocarcinoma, a partir do diagnóstico e do estadiamento da doença, é a cirurgia para a retirada do tumor. O procedimento é chamado hepatectomia e consiste na remoção dos setores do fígado afetados pelo câncer.

Nos pacientes com cirrose hepática associada ao câncer, pode ser recomendada a hepatectomia total com transplante de fígado. Esse tratamento também é indicado para pacientes que têm alguma predisposição ao desenvolvimento de novos tumores no futuro.

Qual profissional realiza o tratamento cirúrgico?

A cirurgia para remoção do hepatocarcinoma deve ser realizada por um médico especializado em cirurgias do aparelho digestivo. É preferível que ele também tenha experiência e boas referências em procedimentos hepatobiliopancreáticos, ou seja, voltados aos tratamentos de doenças do fígado, do pâncreas, da vesícula e de estruturas adjacentes.

Como prevenir o hepatocarcinoma?

A principal forma de prevenir o hepatocarcinoma é adotar meios de vida que previnam as doenças que podem causar o câncer, como a cirrose, as hepatites, a diabetes e a obesidade. Nesses casos, deve-se tomar medidas como:

  • Controlar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Manter o peso controlado por meio de uma boa alimentação e atividade física regular;
  • Evitar alimentos gordurosos;
  • Vacinar-se contra a hepatite B;
  • Proteger-se nas relações sexuais para prevenir as hepatites B e C;
  • Fazer acompanhamento periódico da saúde do fígado nos casos em que há cirrose ou outras doenças hepáticas.

Para saber mais sobre os tratamentos da hepatectomia e outros procedimentos do aparelho digestivo, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Wilson Martinuzzo.

 

Fontes:

Dr. Wilson Martinuzzo

Sociedade Brasileira de Hepatologia