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Principais sintomas do refluxo gastroesofágico
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
10/06/2024
4 min. de leitura

Azia, regurgitação ácida e tosse seca estão entre os sintomas do refluxo gastroesofágico, condição que pode ter tratamento clínico ou cirúrgico

O processo de digestão começa pela boca, quando o alimento é mastigado pelos dentes e misturado à saliva com a ajuda da língua. O bolo alimentar passa pela faringe, popularmente conhecida como garganta, e é encaminhado para o esôfago, um tubo oco que se conecta ao estômago.

Existe uma válvula que se abre para permitir a passagem da comida e que se fecha para impedir que o suco gástrico do estômago invada o esôfago, já que o contato dessa substância irrita a mucosa que o reveste. Problemas nesse sistema levam ao refluxo gastroesofágico, distúrbio que acomete entre 12% e 20% de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia.

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Fatores de risco do refluxo gastroesofágico

Crianças pequenas, especialmente recém-nascidas, podem apresentar os sintomas do refluxo gastroesofágico devido à fragilidade dos tecidos da região. Nesses casos, a condição costuma ser resolvida espontaneamente. Alguns episódios também acontecem em adultos sem que sinalize doença, sendo preocupante apenas quando o quadro é intenso ou recorrente.

Existem algumas causas do refluxo gastroesofágico, que são:

  • Obesidade;
  • Aumento da pressão intra-abdominal;
  • Refeições volumosas antes de se deitar;
  • Alto consumo de bebidas gaseificadas;
  • Consumo de alimentos ácidos e ricos em cafeína e gordura;
  • Tabagismo;
  • Excesso de exercícios abdominais;
  • Fatores genéticos.

Principais sintomas do refluxo gastresofágico

Os sintomas do refluxo gastroesofágico são variados, incluindo:

Azia ou queimação

A azia é a sensação leve ou intensa de queimação na região da garganta e do peito, muito comum em quadros de refluxo gastroesofágico. Como a mucosa do esôfago não é preparada para o contato com as substâncias mais ácidas do estômago, quando isso acontece ela fica irritada, produzindo a queimação.

Regurgitação ácida

A regurgitação ácida é caracterizada pela sensação de conteúdo ácido do estômago subindo pelo peito até a boca. Nessa situação, não existem as náuseas ou as contrações dos músculos abdominais como em um episódio de vômito. Também é um dos sintomas do refluxo gastroesofágico mais frequentes.

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Dor no peito

A dor no peito pode aparecer como mais um dos sintomas do refluxo gastroesofágico, já que o esôfago se estende por essa região. Esse desconforto e até a sensação de falta de ar podem aparecer em associação à queimação produzida pela irritação da mucosa.

Dificuldade para engolir

A dificuldade para engolir pode ser resultado de pequenas obstruções do canal digestivo ocasionadas por lesões no esôfago, que são criadas pelo refluxo gastroesofágico. Essas lesões, se forem recorrentes, podem evoluir para doenças mais graves.

Sensação de aperto na garganta

Devido às mesmas razões, a sensação de aperto na garganta, ou que existe um corpo estranho nessa área, é mais um dos sintomas do refluxo gastroesofágico. Esse incômodo pode estar ligado à dificuldade para engolir, comprometendo ainda mais o bem-estar do paciente na hora de se alimentar.

Tosse seca e arrotos

A tosse seca também está associada ao refluxo, sendo o resultado do contato do material gástrico com a laringe e a faringe ou consequência da aspiração de conteúdo ácido, que chega até a árvore do pulmão. O pigarro e a rouquidão também podem ser percebidos nesses casos. O arroto está ligado à distensão do estômago por causa de alimentos que aumentam a produção de gases.

Ocorrência de doenças pulmonares de repetição

Doenças pulmonares de repetição, como pneumonias, bronquites e asma, são sintomas do refluxo gastroesofágico resultantes de microaspirações do conteúdo ácido do estômago, como relatado acima. Os aparelhos respiratório e digestivo são próximos, o que torna possível a passagem do suco gástrico por estruturas, como traqueia, brônquios e pulmões.

Quando a cirurgia de refluxo gastroesofágico é indicada?

O tratamento do refluxo gastroesofágico é baseado em alterações comportamentais, que incluem abandonar os hábitos associados aos fatores de risco, como a má alimentação, as bebidas alcóolicas e o cigarro. Outras medidas são evitar líquidos durante as refeições e alimentos irritativos, comer quantidades menores de comida e deitar-se apenas 2 horas depois de comer.

A administração de medicamentos para reduzir a produção de ácido pelo estômago e ajudar na motilidade do esôfago também é recomendada na maioria dos casos. A cirurgia é indicada para os pacientes que não obtiveram respostas satisfatórias com o tratamento clínico ou que se enquadrem em situações, como:

  • Necessidade de confeccionar uma válvula antirrefluxo;
  • Hérnia de hiato, que é o deslocamento do estômago que faz com que uma porção do órgão fique na cavidade torácica;
  • Esofagite grave, uma inflamação causada pela repetição do refluxo, que pode evoluir para alterações nas células do revestimento esofágico e, depois, para tumores malignos.

Qual médico realiza a cirurgia de refluxo gastroesofágico?

O cirurgião especializado na área gastrointestinal é o médico habilitado para realizar o tratamento cirúrgico do distúrbio. O profissional avalia o tratamento adequado para o quadro clínico específico do paciente após analisar os sintomas do refluxo gastroesofágico que ele apresenta e os exames médicos, privilegiando a saúde e o bem-estar.

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FONTES:

Ministério da Saúde

Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia